Uma análise sobre viver
O Diário - 13 de junho de 2025

Cláudia Martins de Lima
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Não dá pra ser alegre, feliz, animada, positiva diante das constatações que a Vida nos traz. Não, não é fácil ser eu ou ser você. É verdade que uns poucos têm sorte, perdem pouco ao longo dos anos, mas, esse não é nosso caso, não é mesmo? Aqui a vida grita, esperneia, quer entrar em luta quase que diariamente. E por isso, aprendemos a sorrir. Sorrimos pros amigos que convivem conosco, pros desconhecidos que nos dão agem na rua, pra moça do caixa que elogia algo em nós. Aprendemos a tirar o máximo do mínimo. Aprendemos a viver uma vida bem vivida. Aprendemos a cuidar das nossas mães. Entre fisioterapias, fornos, fraldas, batimentos cardíacos, esparadrapos, amos creme nas mãos cansadas, pintamos e secamos o cabelo, falamos da última novidade da família. Não, as mães não se tornam nossas filhas. Elas estão lá no lugar mais único do mundo, o lugar de Mãe. Intocáveis. Irrepreensíveis. Onipotentes e oniscientes. Será que elas pensam...”arranje forças, filha. Preciso fazer a última viagem. Estou esperando você conseguir ficar sozinha.” Ou então: “ quero ficar mais um pouquinho e sentir seu amor por mim antes de fazer minha partida”...não sei, não sei...só continuo e continuo e continuo e levo-a comigo enquanto ela estiver aqui. Não é mais meu o. É o dela. É o fechamento do que foi quando nasci. Somos uma. Até o fim dos nossos dias.